Transmitir informações e opiniões que julgo relevantes para compor uma visão sobre o mundo e agir em conseqüência.
Minhas leituras não são minhas opiniões, mas me ajudam a formá-las. Luis Favre
Produção industrial cresce a 19 meses consecutivos
Trata-se de um crescimento sustentável, como indica a reação do país durante a atual crise financeira. Apesar da turbulência, não precisamos de nenhuma ajuda financeira e as principais agências internacionais continuam recomendando o país para os investidores.
Crescimento socialmente justo
E, mais importante, é um crescimento socialmente sustentável, pois se baseia na distribuição de renda e na estruturação de um mercado de consumo de massas. A partir de 2003, a pobreza cai, e continua caindo, de maneira vertiginosa no país: diminuiu de 28,2% para 22,8% das famílias. Isso ocorre da mesma forma com a desigualdade.
Esse crescimento socialmente sustentável baseia-se nos seguintes pontos:
Crescimento da capacidade de consumo da população - o consumo das famílias cresce a 14 trimestres consecutivos;
Expansão do emprego e da renda – a massa salarial tem crescido constantemente no governo Lula. Somente em 2007 o aumento foi de 7,1%; foram criados 6 milhões de empregos formais e caminhamos para, em 2007, bater o recorde de criação de empregos formais; com isso, o desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas é o menor desde 2005;
o governo Lula fez uma revolução no crédito - A disponibilidade de crédito era de 22,1 % do PIB em 2002 e passou para 32,7% do PIB em 2007. Um crescimento de 50%.
Ampliação dos Programas Sociais – somente no bolsa-família, hoje, o governo investe R$ 8,2 bilhões e beneficia 11,2 milhões de famílias;
Salário Mínimo - em termos reais, o salário mínimo de hoje é 50% maior do que o salário mínimo médio no período FHC. É o maior desde 1994.
Surgimento de uma Nova Classe Média - 7,8 milhões de famílias ingressaram na classe média.
Podemos ver o que isso significa pelo impacto no consumo.
As vendas de veículos cresceram 22,8 somente no anos de 2007;
Da mesma forma o consumo de móveis e eletrodomésticos cresceu 16,5%
"Potencialmente, o próprio Lewandowski não poderia ter simulado a conversa?"
Chama a atenção que os três maiores furos jornalísticos na cobertura política brasileira das últimas semanas ocorreram na fronteira entre o espaço público e o privado. E que dois deles se relacionam à repercussão da própria cobertura jornalística no meio político.
São eles o episódio do "top-top", protagonizado pelo assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia; a correspondência eletrônica de dois ministros do STF flagrada por um fotógrafo de O Globo durante julgamento das denúncias do mensalão; e as declarações de um deles feitas ao celular num restaurante de Brasília, testemunhadas por uma repórter da Folha.
São três flagras da imprensa que contêm digitais da era da comunicação total. Vivemos cercados de câmeras e nos relacionamos por celulares e computadores o tempo todo, mesmo enquanto desempenhamos outras tarefas ou relaxamos. Cinegrafistas, fotógrafos e repórteres atentos trazem à luz do público manifestações que tinham como destino exclusivo os seus interlocutores.
Não pretendo aqui entrar na discussão ética sobre o uso de tais informações. Meu objetivo é refletir o quanto estas ações - isoladas de outras ferramentas de reportagem - contribuem para compreensão dos fatos que realmente mais interessam à sociedade. E se a mídia está cumprindo o seu papel de investigar e mediar a informação que chega ao público.
A reportagem da Folha provocou-me uma pulga atrás da orelha. Porque a repórter não abordou o ministro Ricardo Lewandowski após ter ouvido e anotado sua conversa ao celular? Se soubermos hoje que isso ocorreu, a informação está atrasada, já que poderia ter sido divulgada junto com a matéria, publicada dois dias depois de ocorrido o fato.
Se o tivesse feito, o jornal teria chance de publicar alguma declaração oficial do ministro. Ele poderia confirmar suas afirmações, negá-las ou simplesmente se recusar a falar a respeito. Qualquer uma das hipóteses enriqueceria a matéria. Jornalisticamente, qual motivo a Folha teria para não ouvir o ministro depois de ter testemunhado a conversa?
Teria faltado coragem de admitir cara-a-cara com o ministro que sua conversa foi ouvida pela reportagem e pararia na manchete do jornal? Qual o motivo para esta aparente timidez (há margem para o leitor desconfiar disto) se o procedimento foi legítimo?
Tal escolha e episódios fazem-me vir à cabeça a imagem de um modelo de repórter que a tudo vê e ouve, mas não interpela o personagem de sua história. Contenta-se apenas com aquilo que flagra. Acredito que este jornalismo é muito arriscado.
Astúcia existe em todos os lados da notícia. Artimanhas podem se revelar ingênuas e traiçoeiras quando desprotegidas da checagem de todas as hipóteses. Potencialmente, o próprio Lewandowski não poderia ter simulado a conversa?
Afinal, o suposto diálogo flagrado não é de todo negativo para a sua imagem. Se o repórter se contenta apenas com o que escuta e vê, não poderia virar um ótimo negócio conversar perto de repórter para plantar notícia?
O resultado é que hoje a repercussão (a matéria sobre as declarações de Lewandowski) da repercussão (a matéria sobre a correspondência eletrônica do STF) da cobertura da mídia sobre o julgamento do STF ocupa a berlinda. E o mérito da questão - se e quais crimes foram cometidos no chamado esquema mensalão - fica a reboque. O que a imprensa diz sobre o fato toma o lugar protagonista do fato.
O cidadão delega à mídia a função de hierarquizar, gerir e intermediar a informação que vem à público. No turbilhão de novas formas de notícias com que agora convivemos, este desafio é cada vez maior e mais difícil.
Um estudante americano de 24 anos mostra um caminho inspirador. Segundo matéria da Folha desta semana, Virgil Griffith criou um site que revela a procedência das modificações dos verbetes da Wikipedia. Governos retiram informações desfavoráveis de suas citações; empresas plantam notas contrárias à concorrência. O WikiScanner (wikiscanner.virgil.gr) é uma prova da importância do contexto das informações.
Há esperança na rapaziada. A sociedade do futuro voltará a optar pela reportagem em detrimento do factóide.
Se alguém tem alguma dúvida quanto à manutenção dos subsídios agrícolas nos EUA, é só olhar para dados do Departamento de Agricultura americano para que ela se desfaça. Ontem, o departamento estimou, em relatório, que a renda agrícola americana vai crescer quase 30% em 2007 na comparação com 2006, pulando de US$ 59 bilhões para o nível recorde de US$ 87 bilhões. Motivo? O veloz crescimento da produção de etanol a partir do milho. 'A alta nos preços de grãos e oleaginosas, em virtude da rápida expansão da produção de etanol, pode resultar em uma safra e um faturamento recordes no milho', explicita o relatório.
No Brasil, onde o subsídio é zero, a renda bruta também cresce: a estimativa é de 10% este ano, na comparação com o ano passado. Mas, segundo João Sampaio, secretário de Agricultura de São Paulo, sem perspectiva de lucro. 'No Estado, a renda bruta deve ser de R$ 33 bilhões e a renda líquida, quase negativa', explica. O que significa para o Brasil esta renda nos EUA? 'Significa que, subsidiados, eles vão aplicar um maior volume de recursos e vão crescer ainda mais, enquanto aqui não conseguimos competir lá fora por conta desses mesmos subsídios e das barreiras internacionais.'
Não que o governo brasileiro não esteja atento. No fim de agosto, o Itamaraty deu a partida, em Genebra, ao maior questionamento já realizado contra os subsídios americanos: nada menos que 75 programas de apoio aos agricultores foram atacados. Vai andar? Sampaio tem poucas esperanças. 'Ganhamos a guerra do algodão, obtivemos o direito de retaliar contra os EUA, que não cumpriram a sentença, mas não o fizemos. De que adianta ganhar outros processos', pergunta o ex-SRB.
Também na União Européia os subsídios garantem a renda a seus agricultores. Dados de dezembro de 2006 mostravam que os produtores rurais holandeses tiveram um aumento de renda de 17,6%, seguidos dos franceses - os mais beneficiados pelos subsídios -, que viram sua renda aumentar 8,6%. Outros produtores importantes, como alemães, poloneses e checos, tiveram taxas de crescimento que variaram entre 4% e 6,4%.
IMPRESSÃO DIGITAL
Para o especialista em contas públicas Fabio Giambiagi, o Brasil tem plenas condições de fazer um superávit primário entre 4,0% e 4,1% do PIB em 2007.
E justifica: 'Na estatística de 12 meses, o dado não muda muito entre um mês e outro, uma vez que cada informação nova que é acrescentada à soma pesa apenas 1/12 no total. Por isso, o fato de o superávit primário acumulado em 12 meses até julho ter sido de 4,37% do PIB gera uma folga importante para que, mesmo com o gasto crescendo fortemente nos últimos meses do ano, o setor público fique acima da meta de 3,8% do PIB', destaca o economista.
NA FRENTE
MENOS IMPOSTOS
A ministra Marta Suplicy comemora.
Seu colega Guido Mantega anuncia oficialmente terça-feira, durante reunião do Conselho Nacional de Turismo, desonerações fiscais para o setor hoteleiro que possam compensar perdas com a desvalorização do dólar.
ALGUÉM SE HABILITA?
Steve Forbes, presidente da Forbes, venceu longo processo que corria na Justiça dos EUA.
A Suprema Corte americana determinou que a CBM, empresa de Nelson Tanure, deixe de publicar a revista Forbes no Brasil. A última edição circulará com data de 4 de setembro.
CANA VERSUS MILHO
Em outubro, o presidente Lula vai dividir a mesa de abertura da Enerbio 2007, no Hotel Blue Tree, com o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger.
Foco: futuro dos biocombustíveis.
COMUNHÃO
David Feffer, Salim Schahim e Alexandre Chade promovem jantar no dia 17, na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, para apresentar o projeto Caminho de Abraão.
A ONG tem por objetivo contribuir para o processo de paz no Oriente Médio e dinamizar atividades turísticas na região, com a revitalização do percurso feito, no início da era cristã, pelo profeta Abraão, o último comum às três religiões monoteístas.
VISÃO EXECUTIVA
Questionados por uma pesquisa da Fundação Dom Cabral sobre como o mercado mundial deve se comportar nos próximos oito anos, executivos de 88 das 150 maiores empresas brasileiras acreditam na consolidação da Ásia como o maior continente econômico, puxada pelos emergentes.
O descrédito fica por conta das barreiras tarifárias: praticamente 60% dos que responderam à entrevista acreditam que serão mantidas as formatações atuais.
A CASA TORNA
O ex-ministro Antonio Palocci voltou, depois de um ano e meio de ausência, ao Ministério da Fazenda. Mais precisamente, ao prédio da Fazenda em Brasília, para conversar com o seu sucessor Guido Mantega, na terça-feira à noite.
Acompanhado do deputado peemedebista Pedro Novais, foi debater a estratégia para aprovação da emenda que prorroga a cobrança da CPMF e da DRU, da qual Palocci é relator.
ISOLAMENTO BRASILEIRO
Mais um país na América Latina escolhe o sistema europeu de TV digital: o Paraguai.
Paulinho da Força disse que Ciro é o provável candidato a presidente em 2010, do Bloco de esquerda (PCdoB, PSB, PDT). Para o pleito municipal em 2008, onde o bloco já tem quatro candidatos, Paulinho espera um candidato unico baseado nas pesquisas. Na entrevista fica claro que o PT é excluído de qualquer participação nas escolhas do Bloco. Leia a entrevista de Paulinho para o Terra Magazine.
Terra Magazine - Qual é a intenção do Bloco de Esquerda? Paulinho da Força - Na Câmara Federal já existe uma atuação conjunta desde o início da Legislatura. No primeiro semestre o líder do bloco foi o Márcio França, do PSB, e agora, no segundo semestre, serei eu.
E o ato de segunda-feira, o que será? Nós estamos lançando o bloco em vários estados. Estamos trabalhando com a idéia de que o bloco vá para as eleições de 2008 conjunto. A idéia é que onde tiver candidato de um partido e tenha mais chance, a gente trabalhar para uma candidatura única do bloco.
Para São Paulo quem seria o nome? Bom, para São Paulo tem quatro candidatos. O Aldo, do PCdoB, a Erundina do PSB, a Zulaiê pelo PHS e eu pelo PDT.
Mas como será definido isso? Nós estamos discutindo, não temos uma fórmula. A idéia é que aquele que se sair melhor em pesquisas, tiver melhores condições de crescer, ganhar a eleição ou disputar, pelo menos, será o candidato. A idéia é lançar nos estados e trabalhar para que haja uma candidatura única, não é uma coisa obrigatória. É uma tentativa de a gente sair mais fortalecido para que, em 2010, o bloco tenha um candidato único.
A intenção é a presidência, então? É. Por exemplo, cada cidade tem lá seus problemas locais e dificilmente a gente vai reproduzir essas alianças, mas é uma tentativa. A idéia é fazer um grande número de prefeitos e vereadores no Brasil inteiro nas próximas eleições.
A acusação de irregularidades durante a campanha do sr. surgir nessa hora é coincidência? Aquilo ali é uma coisa da eleição passada. Na verdade, eu ganhei em São Paulo e o Ministério Público recorreu em Brasília. É um procedimento normal do Tribunal.
Mas isso vai para frente? Não vai, porque são coisas muito simples que aconteceram na minha campanha. Por exemplo: subir no carro de som. Eu subi no carro de som normalmente na minha campanha, agora, vou saber se o carro de som é do sindicato? Tem outro processo porque eu entrei numa Câmara de Vereadores. Outro é de uma pesquisa do Ibope. Só que deputado federal não faz pesquisa do Ibope. Nós tínhamos uma dívida com o Ibope, o partido pagou, e o Ibope, não sei por que, mandou a conta pra mim. Mas o juiz sabe que deputado não faz pesquisa. São exageros.
Uma das idéias do bloco, então, é ter um nome para 2010. Você pensa em se candidatar? Não, não penso, não.
Quem do bloco está mais forte, então? No PDT tem o Cristovam Buarque, que foi candidato, o PSB tem o Ciro Gomes... Eu acho que a tendência é o Ciro ser o mais forte para ser candidato à Presidência. O Cristovam vem trabalhando também, tem andado o Brasil, mas acho que a tendência é o Ciro sair em melhores condições em 2010.
Nada foi provado com o início do processo no Supremo Tribunal Federal, a não ser a evidência de que o jogo de 2010 não passará mais pelo ex-deputado José Dirceu. E do III Congresso do partido que se inicia hoje pode se esperar tudo menos que o PT dê indicações de que abrirá mão de candidatura à sucessão de Lula. Numa eleição em dois turnos, é na disputa presidencial que ancoram-se as coligações proporcionais e as chapas para a disputa dos governos estaduais. Abrir mão disso equivale a um suicídio político que o partido ainda não deu mostras de estar pronto a sucumbir.
A influência de José Dirceu sobre os rumos do partido poderá ser medida pela quantidade de pessoas que o ex-deputado consegue pôr na rua com seu diagnóstico sobre o julgamento - "O que está em jogo não é apenas minha vida política e minha história, mas o projeto político que o PT e o presidente Lula representam". A Igreja e o MST já tiraram o corpo fora.
Igualmente escassas são as chances de que o julgamento seja posto em questão pelas confidências mais do que públicas do ministro Ricardo Lewandowsky na 'Folha de S.Paulo'. Está claro que o tribunal pautou-se antes pelo imperativo político de responder à impunidade do que sob os ditames do formalismo jurídico.
A abertura de processo na Corte Suprema ainda está por se mostrar suficiente para influenciar os rumos de uma justiça que dá habeas corpus a adolescente que participou da agressão a uma empregada doméstica, mantém salário de um promotor assassino confesso e fica num jogo de prende-solta com os capturados da Polícia Federal.
O procurador e o ministro relator da denúncia acolhida foram escolhidos pelo presidente da República que teve o segundo homem de seu primeiro mandato indiciado. Se essa prova robusta da solidez da democracia pode ser colocada em questão pelo poder de pressão da imprensa, que se busquem os resultados da última pesquisa sobre a imagem dos partidos conduzida pelo próprio PT.
Ao mesmo tempo em que a legenda é considerada a que mais defende os pobres e faz os melhores governos é também aquela de quem se diz ter mais políticos corruptos. Isso não impediu a reeleição do presidente, nem o bom desempenho eleitoral do partido na disputa de 2006, mas pode, sim, comprometer seu futuro quando Lula estiver fora da cédula eleitoral.
É sob esse temor que o indiciamento de Dirceu reacende as expectativas de grupos do PT defensores da renovação da atual direção, que tem resistido a reprovar a adesão do partido às práticas tradicionais da política brasileira.
Indiciamento pode facilitar renovação do partido
Os sinais de esgotamento da atual cúpula partidária ficaram eloquentes no endosso à lulice ninguém-põe-mais-gente-na-rua-do-que-eu. O presidente dá-se ao luxo de bravatas irresponsáveis porque, apesar de ser o maior eleitor de sua sucessão, é candidato a mito em 2010. Ao endossar esse discurso, o partido candidata-se a alijar-se do poder ao lado de José Dirceu.
Um dos nomes que volta a ser cogitado para substituir o atual presidente, Ricardo Berzoini, é ex-governador do Acre, Jorge Vianna. No comando do PT onde o partido está há mais tempo no poder - terceiro mandato no governo do Estado e no comando da prefeitura da capital e da metade das cidades do interior - Vianna diz que o PT está prestes a cair na armadilha de se indispor com a classe média: "Trabalhar pelos excluídos não nos dá o direito de excluir os incluídos".
Vianna vê o PT dominado pelo maniqueísmo: "A gente tem que se reencontrar com os princípios com que conquistamos o Brasil. Eleger a classe média como inimiga não é um deles. O PT conquistou o Brasil numa combinação de princípios com práticas. Hoje sabe que não vai poder se escorar em Lula mas perdeu sua capacidade de reflexão sobre o que fazer"
E diz que o cargo de presidente do PT 'honra qualquer um', mas afirma que nunca foi convidado a participar de uma Executiva do partido. Estará na abertura do Congresso do partido, quando Lula vai discursar, mas não assinou quaisquer das teses em disputa: "Minha tendência é o PT".
Investe no discurso de que para ajudar o partido não precisa estar na direção, mas exibe uma ampla plataforma: "O PT foi construído para enfrentar governos e fazer a luta política. Temos medo e vergonha de ser governo. Não dialogamos com a sociedade. Precisamos criar um ambiente para superar as brigas paroquiais e assumir os erros de ter aderido aos métodos corriqueiros da política no país".
Vianna não vê possibilidade de o PT abrir mão de candidatura em 2010, mas diz que o partido tem que privilegiar seus aliados históricos e disputar na base do a-gente-se-encontra-no-segundo-turno com os candidatos da aliança governista. Diz que o PSDB, se não tropeçar nas próprias pernas, tem grandes chances de estar no 2º turno contra um adversário do campo aliado. E alerta para a necessidade de não se deixar os arranjos eleitorais para a última hora, sob o risco de o partido passar um vexame.
Maria Cristina Fernandes é editora de Política. Escreve às sextas-feiras no Valor
Fue la gran batuta de su tiempo. Temperamental, adicto al trabajo, el músico italiano estableció una entrañable relación con el público porteño. A cincuenta años de su muerte, la historia de un amor correspondido.
Por Nelson Castro Para LA NACION
Corría el año 1901 cuando Toscanini, convertido ya en una figura descollante de la dirección orquestal, llegó a nuestra tierra atraído por la potencia económica con que nuestro país emergía en esta parte del mundo. Era la segunda vez que Toscanini hacía la travesía hacia esta parte de América del Sur. La primera había sido en 1886, cuando llegó a Río de Janeiro en búsqueda de aventuras, formando parte de la orquesta de una compañía de ópera, en un viaje que cambiaría su vida para siempre: el violonchelista de fila pasaría a transformarse en una de las grandes batutas de todos los tiempos.
Toscanini quedó impresionado por Buenos Aires desde el primer momento. La Argentina de aquel entonces tenía el envión que le había dado la superación de la crisis del 90. Gobernaba Julio Argentino Roca, el patrón de la política nacional de ese entonces. Era una Argentina rica y con profundas desigualdades sociales. La actividad musical en Buenos Aires era intensa. Se estaba construyendo el nuevo Teatro Colón y eran varios los teatros que ofrecían una cartelera de primer nivel. Entre ellos, el de la Ópera, que estaba situado en la entonces calle Corrientes entre Suipacha y Esmeralda.
La temporada, que duró tres meses, comenzó el 19 de mayo con Tosca . El salario de Toscanini fue de 10.000 liras al mes, ampliamente superior al que recibía en la Scala (12.000 liras por año) A Tosca la siguieron Tannhäuser , Sansón y Dalila , La reina de Sheba , Aída , Rigoletto , Israel , El elixir de amor , Otello , Lohengrin , Iris , La traviata , Tristán e Isolda (estreno en la Argentina), Colón y Medioevo latino , del compositor ítaloargentino Héctor Panizza. Una de las notas salientes de la temporada fue la función especial en honor del jubileo del general Bartolomé Mitre, el 26 de junio, cuando se cantó Rigoletto con un elenco de cantantes encabezado por el gran Enrico Carusso. Beethoven Symphony No. 5, 1st mvt--Arturo Toscanini
La segunda vez que Toscanini actuó en Buenos Aires fue en 1903. Nuevamente lo acompañaron grandes cantantes, entre ellos, Caruso, De Luca, Darclée y Zenatello. La temporada empezó, otra vez, el 19 de mayo con Tosca y siguió con Germania , La Gioconda , La condenación de Fausto , El elixir de amor , Hänsel y Gretel , Iris , Rigoletto , Mefistofele , Adriana Lecouvreur , Aída , Griselda , Manon Lescaut , La traviata y Los maestros cantores .
En 1904 la temporada incluyó Lohengrin , Fausto , Linda de Chamounix , Siberia , Madama Butterfly , La Bohème , La Wally y El francotirador (única vez que el maestro dirigió esta obra). Con Madama Butterfly se dio una circunstancia muy especial. El rol protagónico fue asignado a Rosina Storchio, una de las estrellas del canto de aquellos años, con quien Toscanini mantenía una ardorosa relación sentimental en el que sería uno de sus más resonantes affaires extramatrimoniales, producto del cual nacería un hijo. Storchio había estado a cargo del desastroso estreno de la ópera de Puccini en la Scala de Milán. La crónicas recuerdan que en el transcurso de esa función, en el momento en el que la protagonista debió quitarse el kimono alguien en la audiencia gritó: " È incinta. Il bambino de Toscanini" .
Toscanini volvió a Buenos Aires en 1906. Fue ese un año trágico en su vida. En enero había muerto su padre, con quien nunca había tenido una buena relación. El maestro llegó a nuestra ciudad con toda su familia. El repertorio incluyó Rigoletto , La Wally , Don Pasquale , La Gioconda , Madama Butterfly , La Walkiria, Manon Lescaut , Mefistofele, La traviata , Colón , Tosca , El barbero de Sevilla , Tristán e Isolda , Don Giovanni , Loreley y la Figlia di Iorio de Franchetti.
Esta fue la única vez que Toscanini dirigió Don Giovanni y las críticas no fueron buenas. LA NACION dijo que Giuseppe De Luca no había estado acertado y que Toscanini había menospreciado al público por elegir a Adamo Didur en vez de Remo Ercolani para el rol de Leporello.
Pero, junto con estos aspectos artísticos y, mientras continuaba su tórrido romance con Rosina Storchio, la tragedia se abatió sobre su familia. El 10 de junio, Giorgio, su hijo más pequeño, falleció de difteria. Fue un golpe terrible. En el momento de su muerte solo su madre, Carla, estaba a su lado. El rumor era que Toscanini estaba con su amante, la Storchio. Esto le dio a la tragedia un elemento más dramático aún. Su esposa estuvo a punto de abandonarlo y pedirle el divorcio. Giorgio, que tenía 5 años, había representado en esa temporada el papel del pequeño hijo de Madama Butterfly . Las exequias, en el cementerio de La Recoleta, dieron lugar a una conmovedora manifestación de afecto de parte de la compañía y de sus amigos de Buenos Aires. La misma noche del entierro había función y Toscanini, un adicto al trabajo, no faltó. Fue un hecho impresionante el que se produjo cuando en la escena en que debía aparecer Giorgio otro niño estuvo en su lugar. En ese momento el maestro comenzó a llorar desconsoladamente al tiempo que continuaba dirigiendo con su impecable técnica.
Su siguiente visita, en 1912, ya lo tuvo en el escenario del nuevo Teatro Colón, en el cual dirigió todas las obras de la temporada con la excepción de Werther y Romeo y Julieta . El programa incluyó Tristán e Isolda , Aída , Mefistofele , Manon Lescaut , Don Pasquale , La Bohème , Germania , Tosca , Ariana y Barba Azul , Madama Butterfly , Rigoletto , Falstaff , El ocaso de los dioses y Königskinde r. Esa estadía fue tormentosa. Fue célebre el incidente con el tenor Giuseppe Anselmi, con quien tuvo una violenta discusión durante el ensayo con piano de Manon . Toscanini quería que Anselmi cantara cada cosa tal como estaba escrita en la partitura y el tenor pedía un poco de elasticidad. La tensión llegó a tal punto que Anselmi se rebeló, trató al maestro de déspota y le dijo además que él había cantado esa ópera con directores como Toscanini y aun mejores y que, por lo tanto, no estaba dispuesto a cantar más bajo sus órdenes. "Discúlpenme por lo que ha pasado y les deseo lo mejor a todos, excepto a usted " (por Toscanini), dijo al retirarse lleno de furia. En consecuencia, la ópera fue dirigida por el maestro Bernardino Molinari, a quien Toscanini había hecho contratar como asistente por 6.000 liras al mes.
En otra ocasión, durante una de las funciones, luego de un aria que había conmovido al auditorio, éste ovacionó al cantante y pidió un bis. Esto molestaba profundamente a Toscanini. Al ver que no podía continuar la representación, se dio media vuelta y expresó su disgusto haciéndole un corte de manga al público. Luego tiró la batuta y se retiró del podio. Un asistente debió reemplazarlo. La molestia de Toscanini fue tal que hay quienes creen que ese fue el motivo por el cual se juró no venir nunca más a dirigir a la Argentina. Otros, en cambio, atribuyen esa decisión a un enojo que le produjo el hecho de que el intendente municipal, Joaquín Anchorena, hubiera otorgado la concesión de la explotación del Colón al empresario César Ciacchi. Lo cierto es que este enojo duró 28 años. Durante todo ese tiempo, se le enviaba el correspondiente contrato con el cachet, el repertorio y la fecha en blanco. La respuesta siempre era negativa.
1940 marcó el regreso de Toscanini. Vino a Buenos Aires en el transcurso de la única gira sudamericana de la orquesta sinfónica de la NBC (Nacional Broadcasting Company), organismo sinfónico que había sido creado por la cadena de radio y TV estadounidense para el maestro. Su nivel era excelente. La gira incluyó, además, las ciudades de San Pablo, Montevideo y Río de Janeiro, a la que no había regresado desde 1886.
Los conciertos de la orquesta sinfónica de la NBC en Buenos Aires (ocho en total) fueron memorables. Toscanini desplegó un programa impresionante, con obras de Mozart, Brahms, Franck, Respighi, Wagner, Beethoven, Strauss, Berlioz, Debussy, Rossini, Paganini, Schubert, Weber, Barber, Tchaikovski, Ravel, Cherubini, Mussorgski y Smetana. Como nota distintiva, hay que destacar la inclusión de dos obras de compositores argentinos: Huella y Gato , de Julián Aguirre, y los dos últimos movimientos de la Séptima Sinfonía de Alberto Williams. Los memoriosos recuerdan que Williams, que tenía entonces 79 años, exclamó al terminar el ensayo de su sinfonía: "Maestro, qué hermosa suena mi obra en sus manos".
Durante una de las noches en que la orquesta de la NBC no actuaba, Toscanini, en su hotel, escuchó por radio Municipal la transmisión de Il trovatore de Verdi desde el Colón. Dirigía otra de las grandes batutas del siglo, Fritz Busch. La impresión que le produjo al maestro la calidad de la Orquesta Estable fue tal que, a la mañana siguiente, llamó a primera hora a Cirilo Grassi Díaz, administrador general del Colón, y al maestro Floro Melitón Ugarte, director general, para decirles que aceptaba dirigir la Orquesta Estable en la temporada siguiente. Esa misma tarde se firmó el contrato.
Así fue como, después de 29 años, Toscanini volvió a dirigir la Orquesta del Teatro Colón. Los preparativos fueron muchos y en ellos mucho tuvo que ver el maestro Ferruccio Calussio que había sido asistente de Toscanini en Europa y quien debió arreglar la contratación de seis refuerzos provenientes de la NBC (dos cornos, dos trombones, un fagot y una trompeta). Toscanini, además, hizo contratar a Fridelind Wagner, nieta del compositor, para integrar el Coro Estable. De esta manera, en uno de sus tantos gestos humanitarios, consiguió el salvoconducto para que Fridelind pudiera salir de la Alemania nazi en búsqueda de la libertad.
El maestro llegó a Buenos Aires el 9 de junio de 1941. La expectativa era enorme. El programa, exigente: dos sinfonías de Beethoven (la Primera y la Novena), el Requiem de Verdi y fragmentos orquestales de Wagner. El éxito fue rotundo. Las críticas de esos días hablan de la calidad de las interpretaciones, del nivel de la Orquesta Estable, de la impresionante presencia del director y de las ovaciones que cada ejecución generaba.
Las anécdotas fueron muchas. Entre ellas, el caso del corno solista de la NBC que, bajo los efectos de una borrachera, no pudo llegar al concierto inaugural y debió ser reemplazado por el maestro Iervolino, cuarto corno de la Estable que estaba en la sala por casualidad. Este tuvo una performance de alto nivel y Toscanini le pidió que fuera el solista durante el resto de los conciertos. Las seis semanas que pasó en Buenos Aires fueron inolvidables. Cuando partió, todos guardaban la esperanza de un pronto retorno. Sin embargo, esa iba a ser su última estadía en su querida Buenos Aires, a la que nunca más habría de volver.
Fuentes: Toscanini, de Harvey Sachs; revista ARS: "Homenaje a Toscanini"; Teatro Colón.Historias y anécdotas, de Osvaldo Barrios y Edmundo Piccioni. Archivos del diario La Prensa. Archivo de LA NACION. Archivo personal de Claudio Von Foërster
O jurista Dalmo Dallari, que foi professor do ministro Ricardo Lewandowski
Primeiro, uma troca de mensagens por computador com uma colega é fotografada e exposta pela imprensa a todo o país. Agora, uma conversa por celular é parcialmente ouvida por uma repórter e chega à manchete de um jornal. No centro dos dois episódios, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal.
Segundo a Folha de S.Paulo, o ministro disse a um interlocutor que seus colegas estavam "com a faca no pescoço" ao julgar a abertura de processo criminal contra os acusados de envolvimento com o esquema do mensalão. "A imprensa acuou o Supremo", afirmou Levandowski ao celular, ainda de acordo com o jornal, em um restaurante de Brasília, na noite de quarta-feira.
O jurista Dalmo de Abreu Dallari, que foi professor de Lewandowski, concorda com a tese de que houve pressão da imprensa -usa até o termo "coação"-, mas não acredita que ela possa ter sido formulada por seu ex-aluno.
"Que houve uma pressão da imprensa é mais do que óbvio. Grande parte da imprensa não queria um julgamento, queria uma condenação", disse Dallari. Ele afirma, porém, que a reportagem da Folha é uma "invencionice" e que seu ex-aluno teve agredido o direito à intimidade e à privacidade. Avisada das críticas, a Folha não se manifestou até este momento.
Leia a seguir a íntegra da entrevista concedida pelo jurista, por telefone, a Terra Magazine.
Terra Magazine - Eu gostaria de ouvi-lo sobre a reportagem da Folha na qual o ministro Lewandowski afirma que votou acuado pela imprensa. Como o senhor vê essa questão? Dalmo de Abreu Dallari - Em primeiro lugar, acho absolutamente imoral e ilegal o que a Folha está fazendo. Na verdade, a repórter não ouviu isso do ministro. Ela, segundo consta, estava sentada numa mesa de restaurante e o ministro estava falando no celular caminhando, não estava parado. E ela reproduz todo o diálogo, ela dá os argumentos da outra pessoa com quem falava o ministro, tira conclusões. É espantoso, essa repórter tem poderes mediúnicos. Na verdade isto é uma invencionice. Acabo de ler isso, fiquei indignado.
O senhor vê esse episódio como uma violação de sigilo... Não tenho dúvida. É mais uma agressão ao seu (de Lewandowski) direito à intimidade e à privacidade.
E o fato em si o sr. acha que não é verdadeiro? Os ministros não... Não é verdadeiro, eu conheço muito o professor Lewandowski, ele foi meu aluno de pós-graduação aqui na Faculdade de Direito. É um homem impoluto, do mais alto nível ético, não acredito de maneira alguma nessas acusações. Mas a maneira como ela descreve deixa evidente que é imprensa marrom. Há muita invencionice, sem dúvida. Muitas vezes a gente está num lugar público e alguém está num celular, fala alto e a gente ouve, mesmo que não queira, mas não ouve o que a outra parte fala. E ela reproduz, diz que o outro dizia e ele respondia "sem dúvida". Aí ela concluiu o que o outro dizia...
Nessa conversa o ministro se declara independente, mas faz uma análise sobre o Supremo em geral, diz que o Supremo votou pressionado pela imprensa... Isso é o que a jornalista diz. E eu não acredito que ele tenha dito isso.
E dessa análise o senhor discorda também? Que houve uma pressão da imprensa é mais do que óbvio. Grande parte da imprensa não queria um julgamento, queria uma condenação. Houve um prejulgamento, disso não tenho dúvida, estou lendo todos os dias vários jornais, estou acompanhando.
E essa eventual pressão não pode ter afetado o comportamento de alguns ministros? Eventualmente pode. Mas não dá para dizer que eles concluíram por causa disso. Que isso pode ter afetado eu acho também, são fatores humanos. Em caso de dúvida, podem ter preferido não afrontar a coação da imprensa, isso pode acontecer. Mas que houve essa tentativa de coação, disso não há duvida.
“Es la primera vez que el Estado brasileño asume oficialmente en un documento que hubo tortura, secuestros y desapariciones practicados por el propio Estado”, afirmó ayer la vicepresidenta de la ONG Tortura Nunca Más, Cecilia Coimbra, tras la presentación del libro Derecho a la Memoria y a la Verdad. El texto recupera la historia de más de 400 militantes desaparecidos durante la dictadura en Brasil (1964-85). También destina un capítulo a argentinos desaparecidos en Brasil: el periodista Norberto Habegger, Horacio Campiglia y Mónica Susana Pinus de Binstock, Lorenzo Ismael Viñas y el religioso Jorge Oscar Adur, además de Liliana Inés Goldemberg y Eduardo Gonzalo Escabosa que se suicidaron para evitar la tortura.
Primeiro dois ministros do STF dialogam pelo computador na frente dos fotógrafos da mídia que flagra justamente a insinuação sobre qual será a postura de outros juízes no acatamento ou não das denuncias contra os políticos envolvidos em financiamento ilegal. Depois da aceitação da denuncia, um dos envolvidos nesses diálogos tem conversas telefônicas detalhadas sobre os bastidores do julgamento, ao alcance dos ouvidos de uma jornalista da Folha de São Paulo. Como pode-se ler a seguir, ele afirma que os famosos diálogos, publicados pelo jornal O Globo, foram um instrumento para obrigar os juízes do STF a votar como o fizeram. E muita coincidência e muita ingerência numa justiça que se supõe com os olhos vendados para agir livre de pressões...
“Em conversa telefônica na noite de anteontem, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), reclamou de suposta interferência da imprensa no resultado do julgamento que decidiu pela abertura de ação penal contra os 40 acusados de envolvimento no mensalão. "A imprensa acuou o Supremo", avaliou Lewandowski para um interlocutor de nome "Marcelo". "Todo mundo votou com a faca no pescoço." Ainda segundo ele, "a tendência era amaciar para o Dirceu".
Lewandowski foi o único a divergir do relator, Joaquim Barbosa, quanto à imputação do crime de formação de quadrilha para o ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu, descrito na denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, como o "chefe da organização criminosa" de 40 pessoas envolvidas de alguma forma no escândalo.
O telefonema de cerca de dez minutos, inteiramente testemunhado pela Folha, ocorreu por volta das 21h35. Lewandowski jantava, acompanhado, no recém-inaugurado Expand Wine Store by Piantella, na Asa Sul, em Brasília.
Apesar de ocupar uma mesa na parte interna do restaurante, o ministro preferiu falar ao celular caminhando pelo jardim externo, que fica na parte de trás do estabelecimento, onde existem algumas mesas - entre elas a ocupada pela repórter da Folha, a menos de cinco metros de Lewandowski.
A menção à imprensa se deve à divulgação na semana passada, pelo jornal "O Globo", do conteúdo de trocas de mensagens instantâneas pelo computador entre ministros do STF, sobretudo de uma conversa entre o próprio Lewandowski e a colega Cármen Lúcia.
Nos diálogos, os dois partilhavam dúvidas e opiniões a respeito do julgamento, especulavam sobre o voto de colegas e aludiam a um suposto acordo envolvendo a aposentadoria do ex-ministro Sepúlveda Pertence e a nomeação -que veio a se confirmar- de Carlos Alberto Direito para seu lugar. Lewandowski chegou a relacionar o suposto acordo ao resultado do julgamento.
Ontem, na conversa de cerca de dez minutos com Marcelo, opinou que a decisão da Corte poderia ter sido diferente, não fosse a exposição dos diálogos. "Você não tenha dúvida", repetiu em seguidas ocasiões ao longo da conversa.
O fato de os 40 denunciados pelo procurador-geral terem virado réus da ação penal e o dilatado placar a favor do recebimento da denúncia em casos como o de Dirceu e de integrantes da cúpula do PT surpreenderam advogados de defesa e o governo. Na véspera do início dos trabalhos, os ministros tinham feito uma reunião para "trocar impressões" sobre o julgamento, inédito pelo número de denunciados e pela importância política do caso.
Em seu voto divergente no caso de Dirceu, Lewandowski disse que "não ficou suficientemente comprovada" a formação de quadrilha no que diz respeito ao ex-ministro. "Está se potencializando o cargo ocupado [por Dirceu] exatamente para se imputar a ele a formação de quadrilha", afirmou.
Enrique Ricardo Lewandowski, 58, foi o quinto ministro do STF nomeado por Lula, em fevereiro do ano passado, para o lugar de Carlos Velloso. Antes, era desembargador do Tribunal de Justiça de SP.
No geral, o ministro foi o que mais divergiu do voto de Barbosa: 12 ocasiões. Além de não acolher a denúncia contra Dirceu por formação de quadrilha, também se opôs ao enquadramento do deputado José Genoino nesse crime, no que foi acompanhado por Eros Grau.
No telefonema com Marcelo, ele deu a entender que poderia ter contrariado o relator em mais questões, não fosse a suposta pressão da mídia. Ao analisar o efeito da divulgação das conversas sobre o tribunal, disse que, para ele, não haveria maiores conseqüências: "Para mim não ficou tão mal, todo mundo sabe que eu sou independente". Ainda assim, logo em seguida deu a entender que, não fosse a divulgação dos diálogos, poderia ter divergido do relator em outros pontos: "Não tenha dúvida. Eu estava tinindo nos cascos".
Lewandowski fez ainda referência à nomeação de Carlos Alberto Direito, oficializada naquela manhã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Negou ao interlocutor que fizesse parte de um grupo do STF contrário à escolha do ministro do Superior Tribunal de Justiça para a vaga de Pertence, como se depreende da conversa eletrônica entre ele e Cármen Lúcia. "Sou amigo do Direito. Todo mundo sabia que ele era o próximo. Tinha uma campanha aberta para ele."
Ainda em tom queixoso, gesticulando muito e passando várias vezes a mão livre pela vasta cabeleira branca enquanto falava ao celular, Lewandowski disse que a prática de trocar mensagens pelos computadores é corriqueira entre os ministros durante as sessões. "Todo mundo faz isso. Todo mundo brinca."
Já prestes a encerrar a conversa, o ministro, que ainda trajava o terno azul acinzentado e a gravata amarela usados horas antes, no último dia de sessão do mensalão, procurou resignar-se com a exposição inesperada e com o resultado do julgamento. "Paciência", disse, várias vezes. E ainda filosofou: "Acidentes acontecem. Eu poderia estar naquele avião da TAM".
Além dos trechos claramente identificados pela reportagem, a conversa teve outras considerações sobre o julgamento, cuja íntegra não pôde ser depreendida, uma vez que Lewandowski caminhou para um lado e para outro durante o telefonema".
Pesquisa recente concluiu que a elite brasileira é mais moderna, ética, tolerante e inteligente do que o resto da população. Nossa elite, tão atacada através dos tempos, pode se sentir desagravada com o resultado do estudo, embora este tenha sido até modesto nas suas conclusões. Faltou dizer que além das suas outras virtudes a elite brasileira é mais bem vestida do que as classes inferiores, tem melhor gosto e melhor educação, é melhor companhia em acontecimentos sociais é incomparavelmente mais saudável. E que dentes!
A pesquisa reforça uma tese que tenho há anos segundo a qual o Brasil, para dar certo, precisa trocar de povo. Esse que está aí é de péssima qualidade. Não sei qual seria a solução. Talvez alguma forma de terceirização, substituindo-se o que existe por algo mais escandinavo. As campanhas assistencialistas que tentam melhorar a qualidade do povo atual só a pioram, pois se por um lado não ajudam muito, pelo outro o encorajam a continuar existindo. E pior, se multiplicando. Do que adianta botar comida no prato do povo e não ensinar a correta colocação dos talheres, ou a escolha de tópicos interessantes para comentar durante a refeição? Tente levar o povo a um restaurante da moda e prepare-se para um vexame. O povo brasileiro só envergonha a sua elite.
Se não tivéssemos um povo tão inferior, nossos índices sociais e de desenvolvimento seriam outros. Estaríamos no Primeiro Mundo em vez de empatados com Botswana. São, sabidamente, as estatísticas de subemprego, sub-habitação e outros maus hábitos do povo que nos fazem passar vergonha.
Que contraste com a elite. Jamais se verá alguém da elite brigando e fazendo um papelão numa fila do SUS como o povo, por exemplo. Mas o que fazer? Elegância e discrição não se ensina. Classe você tem ou não tem. Mas o contraste é chocante, mesmo assim. Esse povo, decididamente, não serve.
As análises convencionais avaliam o desempenho das contas públicas observando o crescimento das despesas primárias do governo federal (despesas exclusive juros). Diante do seu crescimento, os analistas apontam para uma deterioração fiscal. Tais análises não separam as despesas de custeio das relativas a investimentos, não avaliam as finanças estaduais e municipais e ignoram os juros - principal despesa pública.
Essas limitações são resolvidas quando a análise é feita sobre os principais termômetros das contas públicas: os resultados nominais (receitas menos despesas, inclusive juros) e a relação entre a Dívida Líquida do Setor Público e o Produto Interno Bruto (PIB). Esses indicadores captam a realidade fiscal de todo o setor público (União, Estados e municípios) e tiveram ao longo dos últimos anos resultados favoráveis. O resultado nominal passou de um déficit de 9,4% do PIB em 2002 para 2,1% em junho. A Dívida Líquida do Setor Público passou nesse período de 50,5% do PIB para 44,3%.
Com a queda da Selic é provável que neste ano o déficit nominal fique abaixo de 2%, considerado um nível bom, internacionalmente, e que a Dívida Líquida do Setor Público continue sua tendência de queda.
Esses resultados foram obtidos por causa da manutenção de superávits primários - receitas menos despesas, exclusive juros - elevados para compensar a pesada conta de juros, que nos últimos dez anos representou em média 8% do PIB.
Para obter os resultados primários elevados, o setor público aumentou a carga tributária, que passou de 31,9% em 2002 para 34,2% em 2006, com elevação de 2,3 pontos porcentuais.
Dessa carga tributária de 34,2% foram abatidos 6,8% de juros, sobrando uma carga tributária líquida de 27,4% do PIB, usados pelo setor público para pagar custeios e investimentos. Neste ano poderão sobrar mais 2% do PIB, pois, pela arrecadação até julho, a carga tributária deverá crescer 1,2 ponto porcentual e os juros devem cair para 6%. É com esse adicional que o setor público contará para ampliar seus investimentos e atividades.
No âmbito estadual, os Estados mais endividados, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, obtiveram autorizações do governo federal para elevarem ainda mais suas dívidas em troca de apoio à prorrogação da CPMF e da Desvinculação das Receitas da União (DRU) - desvinculação de 20% dos tributos da União para amortizar sua dívida. Mais uma herança fiscal para os sucessores.
Ainda para ajudar as finanças de Estados e municípios, tramita no Congresso Nacional uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC 12/2006) para reduzir drasticamente os pagamentos de precatórios (dívidas com os contribuintes), mais conhecida como o calote dos precatórios. A intenção é atender à demanda política de prefeitos e governadores inadimplentes que têm muita força de atuação no Congresso. O governo do Estado de São Paulo seria o mais beneficiado, pois é o maior devedor do País, devendo mais do que a soma de todos os demais Estados. Os analistas parecem desatentos a esse fato, que constitui precedente preocupante.
No aspecto conjuntural da economia, com reflexo nas finanças públicas, a crise internacional deverá passar ao largo do País, pois nossa dependência do mercado americano foi sendo reduzida nos últimos anos com a diversificação de exportações para países emergentes e com a ação das empresas brasileiras na conquista e ampliação de mercados externos.
Atualmente, as empresas brasileiras estão capitalizadas, não há dependência externa de petróleo e de matérias-primas básicas e o mercado interno - carro-chefe da economia - deverá permanecer aquecido pelo crescimento contínuo da massa salarial e da oferta de crédito resultante da queda da Selic.
Os reajustes reais do salário mínimo e as políticas de transferência de renda, como o Bolsa-Família, o Benefício de Prestação Continuada, ao se intensificarem, gradativamente, impactarão processos de inclusão social e ampliação do consumo das camadas de mais baixa renda.
Políticas de estímulo à construção civil já estão apresentando resultados para a geração de empregos e barateamento na aquisição das moradias para a classe média e de menor renda.
O BNDES, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil estão fortemente capitalizados com políticas agressivas de expansão de crédito a taxas de juros mais atrativas que as ofertadas pelo sistema financeiro privado, induzindo-os a competir e com isso ampliando a oferta, a demanda e o crescimento da economia.
O maior aliado das finanças públicas, no entanto, é o crescimento do PIB. Amplia a receita pública e é o denominador dos indicadores ficais. Assim, quanto maior o PIB menor a relação dívida sobre PIB, o mesmo valendo para o resultado nominal e para as despesas públicas. Como existem condições objetivas de crescimentos superiores a 4% nos próximos anos, todos os indicadores fiscais tendem a melhorar.
Com juros em queda, carga tributária em elevação, ampliação de endividamento dos maiores Estados, calote nos precatórios e crescimento do PIB, o setor público deverá navegar em águas tranqüilas em suas finanças para os próximos anos.
Este é um cenário possível. A conferir.
*Amir Khair, mestre em Finanças Públicas pela FGV, é consultor
Terra Magazine - O ex-ministro José Dirceu, na sua única e discreta manifestação, disse que o mandato de deputado dele foi cassado e que agora ele é réu sem provas e que agora ele quer ser julgado rapidamente para provar sua inocência. O senhor acha que as provas que foram apresentadas para aceitar a denúncia já indicam que o processo vai ser complicado, sobretudo no caso dele?
Marco Aurélio Mello - Eu acredito que haverá um campo muito largo para a atuação dos representantes dos acusados, os advogados. E ontem nós concluímos uma apreciação a partir de simples indícios. Nós não assentamos a culpa de quem quer que seja, nós assentamos que haveria considerando os fatos narrados. Eles devem ser agora provados pelo Ministério Público. Havia materialidade quanto aos crimes e indícios da autoria. E foi o que nós proclamamos. Agora estará sob os ombros do Ministério Público a prova da procedência das imputações das acusações.
Mas então, semanticamente, digamos assim, a avaliação dele de que é réu sem provas se confirma... Até aqui não há prova da culpabilidade. Ele está certo. Realmente não há, nós não podemos dizer que ele é realmente culpado. Agora, que há indícios de que teria cometido desvio de conduta, há. Tanto que se recebeu a denúncia, senão ela não seria recebida.
BRASÍLIA - A pobreza no Brasil está se reduzindo. É o que revela o terceiro relatório de acompanhamento dos objetivos do milênio, divulgado, nesta quarta-feira, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que diz que um dos objetivos a serem alcançados pelos signatários da Declaração do Milênio - "reduzir à metade a pobreza extrema - renda per capita inferior a US$ 1 - e a ocorrência da fome" - foi alcançado pelo Brasil em 2005, quando se reduziu de 8,8% (1990) para 4,1% o total da população vivendo com renda familiar per capita inferior a R$ 40 por mês. Isso significou a retirada de 4,7 milhões de brasileiros da miséria. Em relação à fome, o parâmetro é a desnutrição proteico-calórica. O Brasil também superou este desafio em todas as regiões.
No entanto, ainda há 7,5 milhões de brasileiros vivendo em pobreza extrema e o Brasil se propôs a reduzir esta condição em 75% até 2015. Além disso, mesmo que tenham caído as desigualdades entre sexo, regiões e raças - a queda da miséria entre negros, pardos, nordestinos e residentes em áreas rurais foi mais intensa, em alguns casos, a um ritmo três vezes maior - o próprio relatório afirma que a pobreza tem cor e origem no Brasil.
O Brasil é, junto com outras 190 nações, signatário da Declaração do Milênio, firmada em 2000 e que traça oito objetivos a serem alcançados até 2015. O principal deles é erradicar a pobreza, mas existem metas ainda na saúde, na educação, na igualdade de gênero e no meio ambiente, por exemplo.
Quanto à segunda meta, que é "garantir que as crianças de ambos os sexos terminem um ciclo completo de ensino", o Brasil praticamente já a alcançou, com a universalização da educação para crianças entre 7 e 14 anos, subindo de 81,4% para 94,5% aquelas que vão à escola. A freqüência também cresceu, para 96,5%.
O desafio central é elevar dos atuais 53,5% a taxa de conclusão do ensino fundamental. Diminuíram bastante as disparidades, mas as regiões Nordeste e Norte, a população rural, os 20% mais pobres e as crianças negras e pardas ainda sofrem desvantagem no acesso à educação. No ensino médio, a taxa de comparecimento à escola é de 46%, em grande medida porque os jovens de 15 a 17 anos estão muitos atrasados.
Em outra meta, "promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres", o governo anunciou que as mulheres vão mais à escola (ensinos médio e fundamental e universidade), e têm escolaridade mais elevada, e estão dividindo com os homens o mercado de trabalho. Também vêm ampliando espaço nos poderes Legislativo e Judiciário.
Por outro lado, As mulheres ainda têm muito menos representatividade política e são alvos de discriminação, social e no mercado de trabalho, especialmente se forem negras e pobres. É preciso, portanto, aperfeiçoar ações para reduzir as disparidades.
Mortalidade infantil
A meta número 4, "reduzir em dois terços a mortalidade de crianças menores de 5 anos", ainda não foi alcançada. Até agora, o país reduziu em 46,6% a mortalidade, de 53,7 crianças a cada mil nascidas vivas para 28,7. O objetivo é chegar a 18 mortos por mil nascidos vivos. O Nordeste se destacou, com redução de 55,4%. Também caiu a mortalidade dos bebês até 1 ano.
Relacionado a isso está a meta número 5, "reduzir em três quartos a taxa de mortalidade materna". O número caiu de 61,2 para 53,4 óbitos por 100 mil nascidos vivos entre 1997 e 2005, redução de 12,7%. Subiu de 49,1% para 53,6% o número de gestantes que fazem 7 ou mais consultas pré-natais e caiu em 50% o número daquelas não ter feita nenhuma consulta. Mas uma submeta dentre deste objetivo, a redução do câncer de cólo de útero e de mama, não está sendo alcançada, pois a incidência está crescendo.
A redução, no entanto, deve ser vista com cautela, pois há evidências de que as mortes são subnotificadas no país. As principais causas relacionadas à complicação na gravidez são omissão, tratamento incorreto e falta de pré-natal. O país continua sendo um dos que registram a maior taxa de cesarianas: a taxa subiu de 38,6% em 2002 para 43,3% em 2005. Esse tipo de parto expõe a mulheres a maiores riscos.
Saúde
A sexta meta, ainda na área da saúde, é de "deter a propagação do HIV/Aids, e deter a incidência da malária e outras doenças". A proporção de brasileiros infectados pelo HIV manteve-se estável, entre 2000 e 2004, em cerca de 600 mil portadores do vírus. O tratamento gratuito ajudou a reduzir as mortes, o que fez a taxa cair de 9,6 mortes por 100 mil habitantes, em 1996, para 6, em 2005. A participação dos usuários de drogas injetáveis entre os casos notificados recuou de 16,2%, em 1998, para 7,3%, em 2005. A malária concentra-se na Amazônia Legal e, após crescer entre 2003 e 2005, voltou a recuar em 2006.
Quanto à meta de "garantir a sustentabilidade ambiental", o Brasil vem tentando conter os desmatamentos - 54,2% do territórios são cobertos pro florestas - na Amazônia, no cerrado e na Mata Atlântica, mas a tarefa não tem sido fácil. Nos últimos 20 anos, 300 mil quilômetros quadrados foram desmatados e o avanço na Amazônia, admite o governo, continua muito forte. O Brasil também conseguiu reduzir em 90% o consumo de clorofluorcarbonetos (CFCs) _ presentes em geladeiras, ar-condicionados etc. As fontes renováveis são 45% da matriz energética.
A última meta, "estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento", refere-se a um conjunto de iniciativas para ajudar os países mais pobres a se desenvolverem, desde promover o acesso a produtos farmacêuticos até facilitar o comércio e ampliar o volume de ajuda financeira. O Brasil alega estar atuando nesta frente ao dar ênfase à cooperação e ao comércio Sul-Sul, ao criar o G-20, ao ceder tropas à ONU, ao financiar obras dos vizinhos sul-americanos e ao perdoar dívidas de nações africanas, por exemplo.
INVADIDA ESCOLA PÚBLICA EM VILA MADALENA GRAFITADA SUASTICA E SLOGAN ANTI-JUDAICO
Aprendiz é vítima de vandalismo em Vila Madalena - São Paulo
Na semana em que completa 10 anos, a Associação Cidade Escola Aprendiz é vitima de um ato de vandalismo, de conotação anti-semita. Hoje, 28 de agosto, computadores, impressora, comida e até rolos de papel higiênico, utilizados por crianças e jovens de baixa renda atendidos pela instituição, foram roubados. No lugar, suásticas (símbolo do regime nazista) e a frase "morte a juda" foram pichadas. Para a educadora e coordenadora da Escola na Praça, Andréa Bivar, resta apenas lamentar a impotência da instituição frente ao mundo do crime. "Não é porque trabalhamos com a comunidade que estamos livres desse tipo de ação. É muito romântico acreditar que os envolvidos no crime nos respeitam a ponto de não nos roubar", diz. Os computadores e os monitores roubados eram utilizados pelas crianças, de quatro a 14 anos, que freqüentam a associação e, no momento, aprendiam sobre o funcionamento da Internet. "Hoje eles iriam conversar via msn com o Curupira, figura do folclore que estamos discutindo", observa. Na Escola da Rua, espaço que recebe jovens diariamente, sumiram bens de consumo como comida, papel higiênico, uma cafeteira e um rádio. "A gaveta que continha o dinheiro foi arrombada, mas logo hoje não tinha dinheiro lá", pontuou a educadora e assistente de coordenação Ariane Leal Montoro. O ato que aconteceu durante a madrugada é visto com pesar por todos os colaboradores da instituição e os símbolos anti-semitas pichados são, segundo as vítimas, carregados de um valor simbólico muito forte. Na manhã de hoje, as crianças da Escola na Praça aprendiam uma lição: as educadoras explicavam o que significava a suástica e o ódio que ela contém. "Isso é um ato com endereço. Tem gente com ódio do que fazemos", pontua o educador Silvio Ayala. Para Bivar, há muita informação truncada. "A suástica está ao contrário, não dá para entender exatamente o que a pessoa quis dizer com 'morte a juda'. Mas, é fato que sabem que a ONG foi fundada por um judeu e que vários judeus trabalham aqui", pondera. O alarme de uma das casas localizada no bairro paulistano da Vila Madalena tocou, mas a empresa de segurança não pôde fazer nada e só comunicou o incidente. "Não se tem idéia ainda do prejuízo pois duas unidades da ONG foram roubadas. As medidas administrativas provavelmente serão fechar mais a instituição com colocação de grades e troca de sistema de alarmes", aponta a gerente administrativa e financeira da associação Lili Sandberg. "É fato que não tocamos todos. O bairro em que estamos é enorme. E no fim é uma escolha individual. Existem aqueles que trabalham com educação, que buscam alternativas como nós e aqueles que estão inseridos no mundo do crime. Mas, a escolha é do indivíduo", conclui a educadora e coordenadora Lia Roitburd.
¿Hay alguna expresión artística que produzca más emoción y energía en el momento mismo de sentirla en vivo que la música?
Ayer estuve en el concierto en el Gran Rex de Caetano Veloso.
Presentó su último disco Cê y pude comprobar una vez más que más allá de ser una cinéfila empedernida, una curiosa de las artes visuales, una lectora actualizada y ávida, nada me conmueve más, a fondo, desde las tripas que un concierto que me da vuelta.
Ni siquiera el teatro.
Ayer Caetano, en dos horas sin parar, presentando su nuevo álbum pero también haciendo clásicos, festejando su envío número 40, vestido de jeans, pantalón y campera y remerita azul, tono sobre tono, zapatillas y una banda de tres músicos jóvenes.
Me hicieron feliz, así simplemente.
No encuentro, yo al menos, ninguna expresión artística que me ponga tanto como la música.
Caetano en otras época, tan mágicas y exquisitas como siempre.
¿Hay algo que la supere?¿Qué produzca esa rara alegría de gente que se mira sonríendose sin conocerse, llorando en un guiño?
La música, los conciertos: tan cerca de la vida.
Para escuchar los samples del CD completo, click acá.
Marta Ferreira dos Reis, jornal Publico de Portugal
DR
Dentro de dez anos poderá ser possível escalar edifícios à maneira do Homem-Aranha
Trepar paredes pode deixar de ser uma tarefa exclusiva do Homem-Aranha e do alpinista urbano francês Alain Robert nos próximos dez anos. Uma equipa de cientistas descobriu a fórmula que permite reproduzir o fato do aracnídeo mais famoso da banda desenhada e com o qual acreditam ser possível, um dia, escalar o Empire State Building.
O estudo, que será publicado amanhã no "Jornal of Physics", foi liderado pelo físico italiano Nicola Pugno e partiu da recente descoberta de que os animais como as aranhas e as osgas conseguem deslocar-se agarrados a superfícies verticais ou até invertidas devido à interacção das moléculas das suas extremidades com as moléculas das superfícies — um fenómeno conhecido por "forças de van der Waals".
"Havia estudos sobre a capacidade de aderência das osgas, mas a minha descoberta dedicou-se especificamente ao aumento, da aranha para o homem, destas propriedades fascinantes", disse Pugno ao PUBLICO.PT.
O resultado foi o desenvolvimento de uma tecnologia que vai funcionar como uma espécie de velcro microscópico e que imita — com ganchos e voltas feitos de materiais sintéticos — a estrutura nanomolecular dos pêlos ásperos das patas das osgas e das aranhas e a capacidade de se limparem sozinhos e de serem resistentes à água. Quando estiver pronto, um fato com esta tecnologia vai permitir a deslocação humana em várias superfícies: apesar da forte aderência, pode ser facilmente retirado, o que permite a locomoção.
Segundo Pugno, apesar de esta tecnologia ser resistente à água, para funcionar em superfícies molhadas ou mesmo debaixo de água será preciso recorrer à tecnologia divulgada em Julho na revista científica "Nature": um híbrido inspirado nas propriedades biológicas das osgas e dos mexilhões. Utilizando capas com a tecnologia adesiva do mexilhão para proteger o velcro, será possível utilizar o fato numa variedade de ambientes e de superfícies quase ilimitada.
"Há muitas aplicações para a nossa teoria: da exploração e defesa espacial à concepção de sapatos e luvas para quem limpa as janelas", lê-se no comunicado do Instituto de Física. Pugno avança outras áreas, como a medicina e a construção.
"Há uma série de mecânicas que precisam de ser estudadas antes que o fato se torne uma realidade. Os efeitos da força de aderência têm que ser investigados. Os músculos de um humano são diferentes dos de uma osga. Ficaríamos muito cansados se tentássemos andar colados a uma parede durante muitas horas", explica o comunicado.
Mas Pugno mostra-se mais entusiasmado: "Se se treinar muito, talvez seja possível escalar o Empire State Building", em Nova Iorque.
Para o cientista, dez anos serão suficientes para o desenvolvimento do fato do Homem-Aranha, se a tecnologia continuar a progredir ao ritmo actual.
Com a convergência digital, tanto a banda larga quanto o cabo serão tecnologias concorrentes. A banda larga começou em 2001 e já ultrapassou a TV por assinatura em densidade por domicílio. Anualmente estão sendo instaladas 1 milhão de novas linhas de banda larga. É a esperança da telefonia fixa, já que nos últimos dois anos o faturamento de voz caiu de 92% para 70% da receita do setor.
Nos últimos anos, o custo da banda larga caiu 18% no mercado; o de TV por assinatura tem aumentado 8% ao ano. 1.953 municípios brasileiros têm banda larga; só 179 são atendidos por TV por assinatura. O setor de telefonia investiu R$ 140 bi nos últimos anos, mas não pode transmitir TV por assinatura. Tudo depende de uma decisão de uniformizar a legislação do setor para permitir a concorrência.
Dalmo Dallari comentou a abertura de processo contra acusados de envolvimento no mensalão. "A base toda até agora é formada por indícios, e indícios não são provas". Existe um risco grande de no final o Supremo Tribunal Federal considerar que não há provas suficientes para a condenação, diz ele. "O mais correto seria esses processos se iniciarem na primeira instância, com participação intensa do Ministério Público na produção de provas".
De qualquer jeito, diz Dallari, o que não se pode perder de vista é que tanto o juiz de primeira instância quanto o do STF faz um julgamento jurídico. Por isso, "sou um crítico de vários setores da imprensa que não querem um julgamento e tentam coagir o Supremo". Condenar por antecipação é antijurídico, injusto e contra a Constituição, fala Dallari. "Não é isto que interessa ao povo".
Há uma tendência mundial de ampliação de conteúdo audiovisual (teledramaturgia, filmes, desenhos animados, games etc), como conseqüência dos avanços tecnológicos, e é fundamental que a sociedade e o Congresso atentem para a importância da convergência digital. A afirmação é do deputado Jorge Bittar (PT-RJ), que entrega no dia 15 de setembro à Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara seu relatório para os projetos de lei que dispõem sobre a produção, programação e empacotamento e distribuição de comunicação eletrônica, PL nº 29/07 e, apensados, PL nº 70/07 e PL nº 332/07 de autoria dos deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Walter Pinheiro (PT-BA).
A convergência digital é a combinação dos serviços de telecomunicações, os meios de comunicação (produção e difusão de conteúdo) e tecnologias de informação (serviços diversos de Internet). "A tendência do mercado de produção audiovisual é explodir mundialmente.
Queremos que o Brasil amplie e diversifique seu mercado de produção de conteúdos. Para isso, é preciso que haja fomento, que se estimule o apoio ao desenvolvimento de novos conteúdos por meio de mecanismos já existentes de renúncia fiscal, financiamentos do BNDES, e recursos orçamentários disponíveis", disse. O objetivo, disse, é debloquear o mercado brasileiro tanto na parte de conteúdo como na de distribuição. "O Brasil tem hoje concentração brutal e um mercado pouco aberto à competição na área de conteúdo audiovisual e na área de redes.
Queremos construir um jogo em que todos possam ganhar: quem produz audiovisual porque se diversifica e amplia o mercado - e ganha principalmente o usuário", defendeu. A idéia, afirmou o deputado, é trabalhar com mecanismos de regulamentação para o fomento do audiovisual e para a regulamentação do mercado de produção, programação e empacotamento ( "pacotes" de filmes, telejornais e ou outros produtos que serão comprados pelos usuários). "No caso da produção de audiovisual, nossa intenção é levar em consideração a produção brasileira. Para o empacotamento da informação, trabalhamos com o conceito de cotas", disse Bittar. Por esse conceito, a cada pacote vendido de TV por assinatura, pelo menos metade do conteúdo seja de produção nacional. "Além disso, pretendemos ter sub-cotas para a produção regional e também para a produção independente (que fornece serviços para vários programadores) Mas esses percentuais ainda não estão definidos", completou o deputado.
O objetivo, destacou, é corrigir a excessiva concentração que existe hoje no mercado audiovisual brasileiro, tanto na TV aberta como na TV por assinatura. "O foco é evitar que grandes eventos esportivos, como, por exemplo, campeonato brasileiro ou desfile de escola de samba sejam contratados com exclusividade apenas por um determinado grupo. Porque isso leva a um exercício de controle sobre o mercado de distribuição de conteúdos que pode ser extremamente prejudicial para o usuário", afirmou.
Na distribuição, a idéia é permitir a chamada desgregação de rede de informação. Na prática, significa estipular que um proprietário de rede permita que essa mesma rede seja alugada por outro prestador de serviço. "Esse mecanismo não foi regulamentado até hoje pela Anatel.
Queremos que as redes de cabos e de telefonia estejam disponíveis para que todos os prestadores de serviço possam se utilizar delas e para que haja ambiente de competição no acesso aos usuários. Isso evitará ter apenas uma empresa levando o cabo à casa do usuário. A Lei Geral de Telecomunicações já assegura isso. É fundamental avançar nessa direção", disse. "Queremos dar um norte em relação ao que se pretende do legislativo para essa matéria", destacou o deputado Walter Pinheiro.
Os projetos foram discutidos ontem, em audiência pública conjunta da Comissão de Ciência e Tecnologia e da Comissão de Desenvolvimento Econômico, com representantes do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), e Ancine (Agência Nacional do Cinema).
Informes, Boletim da liderança do PT na Câmara dos Deputados
Associação Brasileira de Químicos e Coloristas Têxties
O Reino Unido elevou o nível de alerta em relação às importações depois de descobrir que roupas de baixa qualidade importadas da China continham altos índices de um produto químico potencialmente perigoso.
As peças de roupas continham formaldeído, uma substância obtida do metanol e usada para proteger os produtos transportados por longas distâncias.
Especialistas afirmam que a exposição a esse tóxico no longo prazo pode acarretar problemas de saúde, desde irritação de pele até certos tipos de câncer. Controles descobriram altos índices de formaldeído, 900 vezes mais que o permitido, em roupas para crianças e adultos vindas da China.
Estrangeiros querem participar da regulação dos mercados americanos
Agências de classificação de risco dos EUA deram notas positivas para títulos que causaram fortes perdas para investidores globais
DO "NEW YORK TIMES"
O problema no mercado de "subprime" americano (crédito imobiliário para pessoas com histórico ruim de pagamento) e suas conseqüências nas Bolsas mundiais fizeram com que políticos, especialistas em finanças e órgãos reguladores de mercados de fora dos EUA voltassem a cobrar um papel de supervisão nos mercados, bancos e agências de classificação de risco americanos.
O argumento usado pelos defensores da tese é o de que os EUA exportam produtos financeiros, mas as perdas sofridas por investidores em mercados de outros países sugerem que os órgãos reguladores americanos não estão monitorando de maneira adequada esses produtos ou alertando os investidores sobre os riscos.
"Nós precisamos de uma abordagem internacional, e os EUA precisam fazer parte dela", disse Peter Bofinger, que é membro do conselho econômico do governo alemão.
A idéia não é nova e, em outros momentos, não foi bem-vista pelos órgãos reguladores americanos, mas agora, dizem analistas, a Europa e a Ásia têm maior poder de barganha. Os Estados Unidos poderão ter que ceder como uma forma de conseguir negociar normas de controle para os fundos de investimento de governos de outros países, como a China.
O governo do presidente George W. Bush está pressionando o FMI e o Banco Mundial para examinarem o comportamento dos chamados fundos soberanos e desenvolverem possíveis códigos de conduta para eles. Entre as regras propostas, está a obrigatoriedade de revelar seus métodos de investimento e de evitar intervir na política do país anfitrião.
"Os EUA dependem do resto do mundo para financiar sua dívida", disse Bofinger. "Se nossas instituições deixarem de comprar seus produtos financeiros, isso iria prejudicá-los." Seis órgãos reguladores de bancos e financeiros -como a SEC (a CVM americana) e o Fed (o BC dos EUA)- foram procurados e não quiseram comentar a proposta. Alguns deles ressaltaram que não eram os únicos que supervisionavam o mercado de "subprime".
Bancos e fundos de investimento de distintos pontos do mundo tiveram fortes perdas após comprarem títulos atrelados ao "subprime". Em vários casos, investidores foram pegos de surpresa, pois as agências de classificação do risco deram a esses produtos a nota máxima, o que levava a crer que eles apresentavam risco baixo.
A UE está investigando o papel das empresas de classificação de crédito no caso e apura se agiram com rapidez suficiente para prevenir os investidores quanto aos riscos de investir em títulos de "subprime". Publicado pela Folha de São Paulo
Os empresários proprietário de pequenos e médios hotéis do Brasil todo vão poder, a partir de agora, migrar para o Supersimples. Depois de uma reunião, semana passada, entre a ministra do Turismo, Marta Suplicy, e o presidente da CNTur, Nelson de Abreu Pinto, o presidente Lula assinou uma portaria autorizando o registro dos hotéis no anexo 3 do Supersimples.
Leia a integra da coluna Persona, de Cesar Giobbi, no jornal O Estado de São Paulo (para assinantes)
O Indicador do Nível de Atividade (INA) da indústria paulista, elaborado pelo sistema Fiesp/Ciesp, teve alta pelo sétimo mês consecutivo em julho, confirmando que o nível de crescimento industrial no Estado avançou. De janeiro a julho, o INA subiu 5% sobre o mesmo período do ano passado. Para comparação, o indicador fechou 2006 com aumento de apenas 2,9%. Mas, ao mesmo tempo em que comemoram o dado, os empresários temem uma mudança no comportamento do Comitê de Política Monetária (Copom). 'Uma interrupção no corte de juros poderia minar o ânimo dos empresários', disse Paulo Francini, diretor da Fiesp.
Para Boris Tabacof, do Ciesp, o resultado do INA em julho (1% na margem) confirma que o aumento da atividade apresenta sinais de sustentabilidade. Por isso, já é possível pensar em um PIB industrial em 2007 na casa dos 5%, 'muito acima do que imaginávamos no início do ano (entre 2% e 2,5%)', disse o empresário. Tabacof demonstrou preocupação com o fato de esses números virem a ser interpretados pela autoridade monetária como sinal de aquecimento da economia e provocarem a interrupção na queda da taxa de juros.
Os empresários destacaram que investimentos em produção crescem de forma a evitar uma redução na oferta e conseqüente inflação. Isso é comprovado pelo comportamento do nível de utilização da capacidade instalada, estável em relação a junho (82,9%), e do setor de máquinas e equipamentos. No ano até julho, o INA setorial cresceu 11,7% sobre o mesmo período do ano passado.
Em relação à crise dos créditos subprime nos Estados Unidos, Fiesp e Ciesp acreditam que o sistema financeiro brasileiro mostra resiliência significativa, o que também não justifica mudança no ritmo do Copom. O fator preocupante é a possibilidade de esfriamento global do consumo, reduzindo os preços das commodities exportadas.
A Fiesp divulgou ontem, junto com o INA, o Sensor Fiesp, um indicador coincidente que antecipa o desempenho do atual mês. O indicador mostrou que a indústria segue positiva, com a percepção dos empresários subindo de 50,4 pontos em julho para 52,4 pontos em agosto, numa escala de zero a cem.
As principais bolsas de valores dos Estados Unidos e da Europa fecharam em queda ontem, após a corretora Merrill Lynch ter alertado que a crise do crédito afetará o lucro dos bancos. O mercado acionário também foi afetado por dados mostrando queda na confiança do consumidor e desvalorização nos preços de moradias, aumentando preocupações sobre o cenário econômico.
O humor das bolsas piorou perto do fechamento, após a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve.
O índice Dow Jones, referência da bolsa de Nova York, recuou 2,10%, a 13.041 pontos. O Standard & Poor´s 500 declinou 2,35%, para 1.432 pontos. O termômetro de tecnologia Nasdaq perdeu 2,37%, a 2.500 pontos.
A ata do Fed mostrou o aumento da preocupação da autoridade monetária sobre o mercado imobiliário e seus efeitos sobre os gastos dos consumidores.
Enquanto isso, a Merrill Lynch revisou para baixo a recomendação das ações do Bear Stearns, Lehman Brothers e Citigroup, de "compra" para "neutra", e diminuiu as estimativas de lucro dos bancos por conta da turbulência nos mercados, atividade mais fraca de aquisições e problemas do setor imobiliário de alto risco.
Na Europa, puxado pelas ações de bancos como BNP Paribas (queda de 3,4%) e Deutsche Bank (1,7%), as principais bolsas também caíram, interrompendo a sequência de sete dias de alta. Em Londres, o FTSE-100 cedeu 1,90%, para 6102,20 pontos. O CAC-40, de Paris, baixou 2,08%, ficando em 5474,17 pontos.
As ações do Barclays caíram 3,6% depois que o "Financial Times" informou que a exposição do banco a partir de sua ligação com o banco público alemão Sachsen LB, pode chegar a "centenas de milhões de dólares".
A continuidade do crescimento econômico brasileiro passa pela existência de um mercado interno robusto. A "supervalorização" do câmbio, no entanto, pode abortar o desenvolvimento desta demanda, uma vez que ela não será forte se estiver apoiada apenas na mineração e na agricultura. É fundamental dar condições para a indústria se desenvolver, mas com o real apreciado o governo caminha em sentido oposto a tal necessidade. A avaliação é do ex-ministro da Fazenda Antonio Delfim Netto.
Para o economista, que também é ex-deputado federal, hoje a moeda brasileira está cerca de 10% a 15% mais valorizada em relação ao dólar do que seria um patamar considerado razoável. Uma maneira de reconduzir o câmbio a níveis menos elevados seria através da continuidade da redução dos juros básicos. "Não acho que o juro real deveria ser muito maior do que 3% ou 4% ao ano", disse Delfim, em sabatina realizada ontem pela "Folha de S. Paulo". Atualmente, o juro real está na casa de 8%. "Quando o governo começa a falar muito de câmbio, pode crer que é porque há problemas", afirmou.
Delfim aponta ainda um outro entrave ao crescimento sustentado: os gastos fiscais. Para ele, enquanto o país gastar o que gasta com o custeio da máquina e tiver uma carga tributária de 37% do Produto Interno Bruto (PIB), será muito difícil vislumbrar expansão econômica no futuro. Há cerca de 15 anos, segundo Delfim, o governo investia o equivalente a 4% do PIB e a carga tributária estava em 24% do PIB. "Agora temos uma carga de impostos de 37% do PIB e se investe 2% dele." Para Delfim, este processo foi consumindo a infra-estrutura brasileira e sem ela, o Brasil não crescerá de maneira sustentada.
Nesse ritmo de gastos com custeio, diz Delfim, o PIB vai murchar, "porque estaremos transferindo dinheiro do setor mais eficiente (o privado, por meio da alta carga tributária) para o menos eficiente."
Faltou fazer a tão falada lição de casa na área fiscal. Por que o país conseguiu, mesmo que de forma tímida, crescer sem ela? Porque, segundo Delfim, "ganhamos de presente algo em torno de US$ 60 bilhões a US$ 70 bilhões decorrentes do aumento dos preços dos produtos exportados pelo país e também da expansão da quantidade exportada desses produtos", o que só foi possível graças ao forte crescimento da economia mundial, com destaque para a China.
Ao mesmo tempo, o ex-ministro se diz consciente de que não é possível mudar a estrutura de gastos do país da noite para o dia. A saída, então, é o governo fazer parcerias com o setor privado. "O governo não tem condição de fazer obras de infra-estrutura, tem outras obrigações constitucionais, por isso precisa chamar empresas privadas para atuarem junto a ele", argumenta. Leia mais no jornal Valor (para assinantes)
Luis Favre or Luiz Favre is the nom-de-guerre of Felipe Belisario Wermus (born 1949 Buenos Aires, Argentina). He was, as a young man, an Argentine union militant and member of Politica Obrera. Later he moved to France and became a leading member of the Internationalist Communist Organisation (OCI), a Trotskyist party in France, working especially in its international department. He moved to live in Brazil and is now a member of the PT.He is known to a broader public as the second husband of Marta Suplicy, ex-mayor of São Paulo and now a PT minister.
Leia mais em Wikipedia.org http://en.wikipedia.org/wiki/Luis_Favre
15 ANOS é o prazo que o País tem para atingir a média 6 entre alunos de 1.ª a 4.ª séries.; esse é o patamar dos desenvolvidos hoje.
3,8 é a média geral para alunos de 1.ª a 4.ª séries no Brasil numa escala de 0 a 10. O ensino médio ficou com 3,46. 6,4 é a média geral obtida pela rede federal de 1.ª a 4.ª séries, o melhor desempenho; sua meta será chegar a 7,8. 53% das cidades com escolas estaduais de 1.ª a 4.ª séries ficaram com média abaixo da nota nacional.